Setecentos e cinquenta. “Sete-galo”, em
referência ao jogo do bicho. Um número quase mítico para os motociclistas.
Desde 1969, quando a Honda CB 750 foi lançada, as 750 cm³ entraram para o
imaginário dos apaixonados por duas rodas. Com o passar das décadas, muitas
fábricas apostaram em modelos de 1.000 cm3, deixando o “número mágico” de lado.
Com exceção da Suzuki. Atualmente, a única entre as japonesas a manter em sua
linha uma superesportiva com essa capacidade.
A Suzuki GSX-R 750, porém, não é simplesmente uma jogada de marketing. Quando
se acelera em uma pista, o modelo atualmente à venda no Brasil, pode-se notar
as qualidades que fazem da moto um sucesso de vendas por mais de 25 anos.
A superesportiva de 750 cm3 da fábrica de Hamamatsu (Japão) tem o baixo
peso e a maneabilidade dos modelos de 600 cm3, porém com mais potência. Vamos
aos números. Comparando-a com a Honda CBR 600RR, a GSX-R 750 é até mais leve:
pesa 167 kg a seco contra 169 kg da CBR 600. No caso da potência máxima, a 750
cm3 2010 produz 150 cavalos de potência máxima a 13.200 rpm e o modelo
Honda, 120 cv a 13.500 rpm. E se a confrontarmos com sua irmã maior, a Suzuki
GSX-R 1000, a 750 cm3 perde em potência máxima, já que a superesportiva de
um litro produz 185 cavalos. Porém, garante uma entrega de potência mais
amigável e “controlável”.
FICHA
TÉCNICA: Suzuki GSX-R 750
Motor:
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DOHC, quatro cilindros em linha, 16
válvulas, 749 cm³, refrigeração líquida.
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Potência máxima:
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150 cv a 13.200 rpm.
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Torque máximo:
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8,8 kgf.m a 11.200 rpm.
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Câmbio:
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Seis velocidades.
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Suspensão:
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Dianteira por garfo telescópico invertido,
com múltiplos ajustes. Traseira por monoamortecedor, com múltiplos ajustes.
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Freios:
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Dianteiro com disco duplo de 310 mm de
diâmetro e mordido por pinças radiais de quatro pistões . Traseiro com disco
simples de 220 mm de diâmetro e mordido por pinça de um pistão .
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Pneus:
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120/70 ZR 17 (dianteiro)/ 180/55 ZR 17
(traseiro).
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Dimensões:
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2.040 mm (comprimento), 715 mm (largura),
1.125 mm (altura); 1.405 mm (entre-eixos); 810 mm (altura do assento); 140 mm
(altura mínima do solo).
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Peso:
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167 kg seco.
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MELHORIAS
A Suzuki GSX-R 750 atualmente à venda no
Brasil foi lançada no exterior em 2008. À época recebeu diversas melhorias em
relação à versão anterior. Os engenheiros da Suzuki procuraram aprimorar três
aspectos fundamentais em uma superesportiva: motor, freios e a capacidade para
contornar curvas.
Para melhorar o motor, começaram com as entradas de ar na carenagem frontal.
Foram posicionadas mais ao centro onde a pressão é maior, gerando assim uma
indução de ar mais eficiente e melhorando a alimentação do motor. Para isso
mudaram também o comando e as válvulas de admissão. Os bicos injetores -- dois
por cilindro -- e as borboletas (duplas) de aceleração também mudaram. Dessa
forma conseguiram acrescentar três cavalos ao motor (na anterior eram 147 cv),
mas o mais importante foi o ganho em médias rotações. Ao acelerar a GSX-R 750
na pista de Interlagos, a impressão era de motor sempre cheio e pronto para
crescer de giros, principalmente a partir de 7.000 rpm.
Mas em geral, por baixo da nova carenagem, está o mesmo propulsor de quatro
cilindros em linha, 749 cm³ de capacidade, refrigeração líquida e duplo comando
de válvulas no cabeçote. Além dos cavalinhos a mais, a novidade do motor fica
por conta do S-DMS (Suzuki Drive Mode Selector), um seletor do modo de pilotagem
que permite escolher entre três modos: A, B e C. Sendo “A” o standard e mais
potente; e C o modo que diminui a potência e ideal para pilotar em pista
molhada.
CICLÍSTICA
Nos freios, a Suzuki adotou discos mais
finos na dianteira, porém com o mesmo diâmetro -- 310 mm -- e com mais pontos
de fixação. As quatro pinças radiais Tokico contam com um novo cilindro mestre
e novas mangueiras que, segundo a marca, proporcionam frenagens mais seguras e
progressivas. Na prática, ao fim da reta oposta de Interlagos, a 750 cm3manteve
sua característica de não ter aquela “mordida” inicial tão brusca. Entretanto,
conforme se aperta o manete de freio a sensação de se controlar a frenagem é
impressionante. Sem dúvida, os freios estão entre os pontos fortes do modelo.
Para melhorar ainda mais o desempenho da
GSX-R 750 em curvas, a Suzuki também não economizou. Basicamente o quadro de
dupla trave superior é o mesmo, mas as suspensões e o amortecedor eletrônico de
direção são novos.
Os garfos invertidos Showa de 41 mm de diâmetro na dianteira foram atualizados
e ganharam mais regulagens: além da précarga e retorno; pode-se agora regular a
compressão em baixa e alta velocidade. A mesma novidade vale também para o
amortecedor traseiro.
Já o amortecedor eletrônico de direção, “escondido” sob a mesa de direção, é
controlado por uma válvula solenóide que controla a pressão do óleo conforme a
velocidade da moto. Tudo gerenciado pela nova ECU de 32 bits.
Antes a GSX-R 750 já tinha um desempenho admirável em curvas. As melhorias até
podem ser sentidas por pilotos mais profissionais, mas em geral é praticamente
imperceptível para os leigos. O que se percebe é que essa 750 cm3 deita
bastante nas curvas e demonstra uma agilidade impressionante nas mudanças de
direção. Parece ir exatamente onde o piloto manda. Uma motocicleta bastante
obediente.
ÚNICA
Como atualmente a Suzuki GSX-R 750 é a única
superesportiva com essa “mágica” capacidade cúbica, fica difícil apontar suas
principais concorrentes no mercado. Cotada a R$ 52.900, a GSX-R 750 custa menos
que uma 1.000 cm3 e mais que uma 600 cm3, como era de se esperar.
A Honda CBR 600RR, por exemplo, tem preço sugerido de R$ 47.000 (versão sem
ABS). São quase R$ 6.000, ou 10% de diferença. Praticamente a mesma diferença
entre a 750 cm3 e a Suzuki GSX-R 1000, vendida a R$ 58.900.
Você deve estar se perguntando: vale a pena pagar mais pela 750 cm3? Na minha
opinião, sim. Afinal, tem mais potência, o motor tem mais torque em médias
rotações e, comparada à Honda, acho o desenho da Suzuki mais atraente. E
valeria a pena pagar mais então para ter uma 1.000 cm3? Eu não desembolsaria
esse valor a mais apenas para poder falar entre os amigos que tenho uma 1.000
cm3. Ficaria com a mítica dos 750 cm3. Sem falar que, comparando às duas, a
GSX-R 750 é mais amigável de pilotar. (por Arthur Caldeira).
Fonte: UOL Carros